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Patrimônio Cultural: O ativo invisível que impulsiona o desenvolvimento nos municípios

Imagem com fundo branco no topo uma nuvem de palavras tendo como destaque Patrimônio Cultural. Na base um livro aberto de onde sai letras em direção a nuvem de palavras.
Imagem com fundo branco no topo uma nuvem de palavras tendo como destaque Patrimônio Cultural. Na base um livro aberto de onde sai letras em direção a nuvem de palavras.

Por Jussara Prates

 

Num período, marcado pela rapidez das transformações urbanas, tecnológicas e culturais, registrar, interpretar e difundir a história dos municípios deixa de ser apenas um gesto de valorização simbólica: torna-se uma estratégia de planejamento. A preservação da memória local constitui um dos pilares mais sólidos para o fortalecimento de identidades comunitárias, para o desenvolvimento econômico sustentável e para a consolidação de políticas públicas que valorizam o território.


Ao documentar modos de vida, inventariar patrimônios materiais e imateriais, reconhecer trajetórias e educar para o patrimônio, os municípios criam uma base de conhecimento capaz de orientar decisões em áreas como cultura, educação, turismo, economia criativa e gestão territorial.


A história e a memória bem trabalhadas geram pertencimento, dão visibilidade a grupos historicamente silenciados e estimulam o envolvimento comunitário em torno de projetos que, mesmo tratando sobre o passado, são permeados de futuro.


Municípios que investem na produção, circulação e acesso a história e cultura local por meio de livros, documentários, exposições, centros de memória, arquivos públicos, entidades associativas e iniciativas educativas, ampliam seu potencial turístico. Essas práticas, que podem ser públicas ou privadas estimulam cadeias produtivas culturais e fortalecem identidades de marca territorial.


A valorização do patrimônio cultural resulta em mais circulação econômica, mais atratividade e maior capacidade de reter capital humano, visitantes e investidores interessados em lugares que possuem narrativas únicas, simples, originais e é claro, bem construídas e acessíveis. Por outro lado, a ausência de políticas de memória e negligência com os acervos geram perdas irreversíveis.


Sem registros bem elaborados e consistentes, municípios perdem seus referenciais culturais, ignoram saberes e fazeres, levando a perda de patrimônio imaterial, dificultam a criação de estratégias de desenvolvimento baseadas na singularidade paisagística, arquitetônica e histórica tornam-se mais vulneráveis a modelos genéricos “importados” de lugares que não dialogam com sua realidade, ou seja, perdem a autenticidade e por consequência seus patrimônios.


Quando não se preserva a memória e seus desdobramentos locais, a cidade empobrece a diversidade cultural, fragiliza laços sociais construídos ao longo dos anos e diminui a capacidade de construir um futuro que respeite e aproveite as diferentes potencialidade locais.


Lembre-se, investir na história local e na preservação do patrimônio é investir nas pessoas, em seus talentos e saberes, na materialidade e imaterialidade específica da sua comunidade, tornando o território sustentável, dinâmico e inclusivo.


Se o seu município quer crescer com propósito, atrair investimentos e construir uma marca territorial forte, produzir e registrar a sua história e desenvolver políticas de proteção do patrimônio é o caminho.

 


Vamos desenvolver algo assim para a sua cidade?





* Jussara Prates é escritora, e produtora cultural com publicações voltadas a diferentes áreas da Cultura, Patrimônio e Educação. Ativista pela democratização e acesso a cultura é defensora da educação para o patrimônio como forma de valorização e apropriação do patrimônio cultural como elementos geradores de desenvolvimento econômico local e regional, cidadania e identidades. Foi membra do Colegiado Setorial de Memória e Patrimônio do Rio Grande do Sul, trabalhou na área da Gestão da Cultura, foi uma das idealizadoras e Diretora do Museu e Arquivo Municipal de Portão. Coordenadora dos processos de tombamento do primeiro Patrimônio Natural, o Pinheiro Multissecular e do primeiro Registro de Patrimônio Imaterial, o Festival Internacional de Folclore e uma das Curadoras do Memorial Histórico do Parque do Imigrante, todos em Nova Petrópolis/RS. Foi Diretora de Cultura e Secretária Adjunta de Educação, Cultura e Desporto de Nova Petrópolis. Foi Conselheira de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, participou como conselheira da 6ª Conferência Estadual de Cultura e representou o CEC/RS na 4ª Conferência Nacional de Cultura em Brasília. Exerceu a função de secretária da Diretiva do Conselho Estadual de Cultura/RS, é Delegada da 4ª Conferência Nacional de Cultura. Proprietária da Sinapse Cultural onde desenvolve projetos culturais.

**Historiadora, Bióloga, Conservadora e Restauradora de Acervos, Pós -graduada em Gestão de Arquivos; Supervisão Educacional; Coordenação Pedagógica; Ecologia e Desenvolvimento Sustentável; Botânica; Zoologia e Diversidade, Cultura e Etnicidade e cursa MBA em Gestão Estratégica de Projetos.


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